Texto nº 1: O
segredo azul
Dinho, desde pequenino, só desenhava peixe na escola.
Todo menino pintava casa, árvore, flor, bicho. Mas ele era só peixe. Um
dia a professora, Dona Rosinha, o chamou:
- Dinho!
- Tou aqui.
- Como é que se diz Dinho?
- Presente.
- Eu quero pedir uma coisa a você
- Falou.
- Como é que se diz Dinho?
- Falou - repetiu ele.
Dona Rosinha, boa até dizer chega, só pôde achar graça. Lógico! Era a
linguagem normal, né?
- Eu quero pedi r que você me desenhe alguma coisa que não seja peixe, tá?
- Mas se não for peixe, dona, qual é a graça que tem?
- O mundo não é feito só de
peixe.
- O meu é.
- Está certo. Então é um favor que você me faz: um desenho sem peixe.
- Tá certo.
- Falou - fez Dona Rosinha, quase sem querer.
Daí a pouco ele aparece com um desenho lindo de morrer. É urna enorme
pedra, tendo, na frente, urna série de manchas azuis de dar inveja a pintor
premiado.
A professora pediu explicação.
- É urna pedra no fundo do mar - esclarece Dinho.
- Muito bem! - aplaude ela. - Até que enfim, seu Dinho! Até que enfim!
Mas Dinho esfria logo a boa Dona Rosinha botando os pontos nos
"ii":
- O peixe, professora, está escondido atrás da pedra.
Dona Rosinha só teve urna saída: achar graça.
Que remédio, né?
Palavras que talvez você não conheça pois são expressões idiomáticas
Lógico: claro, evidente
Aplaude: aprova
Esfria: desencoraja
Saída: solução
Enriqueça seu vocabulário
Até dizer chega: em grande quantidade, em exagero.
Só pôde achar graça: só pôde achar engraçado, divertido.
Era linguagem normal: era modo de falar normal
Lindo de morrer: lindíssimo, muito bonito
De dar inveja ao pintor premiado: de provocar inveja ao pintor consagrado.
Esclarecer: explicar, elucidar.
Botar os pontos nos “ii”: esclarecer, tirar as dúvidas.
Que remédio: que jeito, que solução.
Só teve uma saída: só teve uma solução
Série: seqüência, sucessão, uma quantidade razoável.
1. Agora leia o texto em voz
alta.
2. Sublinhe e destaque todos
os artigos e classifiqué-os:
Análise
do texto;
O texto “O segredo azul” retrata um diálogo simples e descontraído entre
um garoto e sua professora. Evidentemente, o que, se destaca é o interesse de
Dinho pelos peixes.
1. Qual era a idéia fixa a
obsessão do garoto Dinho? Comprove sua resposta, transcrevendo urna frase do
texto.
2. A seu ver, Dinho, o menino de
idéia fixa que só se interessava por desenhar peixes, era um menino anormal? Comente
oralmente.
3. Ao responder a professora,
dizendo: "Tou aqui", Dinho mostra:
( ) que não sabia responder de
outra forma.
( ) pobreza de vocabulário e
preguiça em falar corretamente.
4. O diálogo descontraído entre
Dinho e a professora e as respostas reduzidas do garoto, como: "tou",
"falou", "tá certo", "né"...., revelam tratar-se de um texto:
( ) culto. (
) errado. ( ) informal.
5. A professora Rosinha, ao
aceitar o modo de se expressar de Dinho, mostrou-se:
( ) indiferente. ( ) compreensiva. ( )
exigente.
6. Caracterize Dona Rosinha. (Caracterizar alguém significa apontar
qualidades, defeitos, modo de agir, de pensar, interesses, etc.)
7. Caracterize o aluno Dinho.
8. De tanto ouvir Dinho se
expressar de forma não apropriada, Dona Rosinha incorre na mesma falha de seu
aluno. Que palavra, nesse sentido, disse ela, meio sem querer?
9. Ao lhe ser apresentado o
desenho de uma pedra, Dona Rosinha fica feliz e diz: "Ate" que enfim,
seu Dinho! Até que enfim! ”A repetição dessa expressão revela:
( ) que Dinho havia demorado
muito para concluir seu desenho.
( ) que Dinho apresentou um desenho diferente do
que sempre fizera.
10. O texto consegue:
( ) realçar a importância do desenho.
( ) criticar hábitos comuns as
professoras.
( ) mostrar que todas as vocações
se manifestam muito cedo.
Texto
nº 2: Pneu furado?????
O carro estava encostado no meio-fio, com o pneu
furado. De pé ao lado do carro, olhando desconsoladamente para o pneu, uma moça
muito bonitinha. Tão bonitinha que atrás parou outro carro e dele desceu um
homem dizendo " Pode deixar". Ele trocaria o pneu.
-
Você
tem macaco? Perguntou o homem.
-
Não,
respondeu a mulher.
-
Vamos
usar o meu disse o homem.
E pôs-se a trabalhar, trocando o pneu, sob o olhar da
moça. Terminou no momento em que chegou o ônibus que a moça estava esperando.
Ele ficou ali, suando, de boca aberta, vendo o ônibus se afastar. Dali a pouco
chegou o dono carro.
-
Puxa,
você trocou o pneu do carro para mim. Muito obrigado.
-
É.
Eu... Eu não posso ver pneu furado. Tenho que trocar.
-
Coisa
estranha.
-
É
uma compulsão. Sei lá.
Leia
com atenção o texto e responda as perguntas:
1) Porque o carro estava parado no meio-fio?
2) Como era a moça que estava parada ao lado do carro?
3) Ao descer do seu carro o que fêz ao homem?
4) Que passou depois que ele trocou o pneu?
5) Para você, qual é a moral da estória?
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